Nos 25 anos da morte de David Mourão-Ferreira

Passaram recentemente 25 anos da morte de David Mourão-Ferreira. Evocado por alguns que o conheceram de perto, o admiram e exaltam o seu papel de poeta, crítico, dramaturgo, romancista e, em tudo, a sua faceta de grande sedutor, entendemos dever acrescentar algo mais ao Caderno do nosso blog. Olharmos para a indigência da maioria da programação actual dos canais de televisão, faz-nos recordar a popularidade do seu programa na RTP sobre poesia europeia. Hoje, fazem-nos falta comunicadores cultos, eruditos, que enriqueçam a nossa vida interior – demasiado preenchida por trivialidades e ajudem a reabilitar os afectos, os gestos simples, os momentos irrepetíveis, os percursos dos afectos. O testemunho que aí fica é de uma antiga aluna, mulher notável, ligada a figuras incontornáveis da cultura portuguesa. Ana Carvalho Alves:

Voz sensual, determinada e segura, voz com corpo, que fala obsessivamente do corpo da mulher amada, desejada ou apenas da mulher, porque é mulher, no género (feminino), nos seus atributos e em tudo que se lhe associa a ela, à cama, ao acto sexual e a pormenores irrisórios (lençóis etc.), considerando eu, modestamente, embora o tenha conhecido bem como pessoa (para além de m/professor de Teoria da Literatura, no 1ºano da FLUL). Talvez a diferença não estivesse sobretudo nas idades, mas noutro conceito de vida, de amor, de relação amorosa aos 17-18 anos). Sedução sim, mas talvez, certamente, com menos filtros e parênteses, biombos, palavras antes e depois (encenação…) Considero a poesia de dm-f de excelência, literariamente, eroticamente, perfeita em termos de construção literária. Porém., apesar da muita admiração e respeito pelo escritor e poeta (o ficcionista interessa-me menos) não serei uma apaixonada incondicional, porque nunca chego a fazer parte da história amorosa ou erótica, que contem atributos que são exteriores ao meu “erotismo”, às minhas “aventuras amorosas”. Não sei o que dizer mais, para alem da minha indiscutível admiração pelo homem, pelo Senhor, pelo Mestre, pelo grande Homem das Letras Portuguesas, (pelo excelente “diseur” e homem de teatro que  foi….) Grande respeito e admiração, sem dúvida, pelo GRANDE MESTRE DA LITERATURA (Portuguesa e estrangeira), que foi DAVID MOURÃO-FERREIRA.  

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