D. João V: um deslumbramento português

Portugal foi uma espécie de Egipto e D. João V, o nosso faraó. Em vez de pirâmides deixou um maciço quadrilátero em pedra – o convento de Mafra. Porém, o rei não se limitou áquele faraónico monumento. Outras obras, de palácios a igrejas, estão espalhadas pelo país, atestando a fortuna do séc. XVIII.


Olhamos o Convento e sentimos a dimensão da riqueza que veio do Brasil.
País cronicamente pelintra, quando a torneira do ouro secou, Portugal continuava pobre, beato, ignorante. Uma plêiade de artistas tinha lucrado com o mecenato promovido pelo rei, mas o desenvolvimento económico ficara por realizar.
O que valem as obras de arte do Barroco Joanino? Goste-se ou não, são testemunhos históricos e culturais. Há que preservá-las, o que não impede a reflexão.

D. João V frequentava conventos. Aí, hóspedes especiais passavam a desfrutar de alcova, depois de convívio discreto e íntimo com alguma freira dilecta ou Senhora que se tivesse retirado para a tranquilidade monástica. Eram usos do tempo.
Ao longo da vida, manteve várias amantes que ia substituindo conforme lhe aprouvesse. No Convento de Odivelas, emprenhou a respectiva Abadessa, Madre Paula, que parece ter-lhe dado volta à cabeça. Imagine-se Sua Majestade em pleno Convento, de cabeleira postiça, maquilhado com pó branco, calções ajustados, saltos altos, entre uma bênção e uma genuflexão, deliciando-se com uma perdiz assada, para terminar numa apoteose de toucinho do céu! Por mor dos seus amores freiráticos, terá D. João V, contribuído para a divulgação da doçaria conventual? Saborear Barriga-de-freira deixou de ser uma predilecção exclusivamente régia.
Como grande devoto, ofereceu ao Papa e outros dignitários eclesiásticos vultuosíssimas somas, a pretexto e a despropósito. Entre centenas de milhares de Missas que mandou rezar e de Indulgências recebidas (e pagas), o dinheiro gasto foi enorme. Quase toda a sua vida, o rei teve, pois, a Igreja por perto. No meio de paramentos, crucifixos, confessionário e oratório – ficava a alcova a rescender a incenso.

O ouro do Brasil terá, assim, apaziguado a senha secular pela luxúria real… Na época, o Santo Ofício zelava pelo cumprimento das práticas cristãs, mas o Rei pairava absoluto acima das regras. Azar, mesmo, tiveram António José da Silva, dos nomes maiores do teatro português, a quem os Autos de Fé supliciaram até à morte por judaísmo ou o Padre António Vieira, por denunciar comportamentos imorais.
Quanto ao Convento de Mafra, terá nascido duma promessa do rei, que desesperava por não ter um descendente. Aliás, o soberano diligenciou na responsabilidade de manutenção da dinastia dos Braganças. E, quando o Convento foi inaugurado, já o Infante D. José, futuro rei, tinha nascido. No entanto, D. João V continuou a porfiar, mesmo com suplementos de cantáridas para levantar o aprumo real, a bem da Nação.

Em muitas cidades brasileiras estão patentes sinais da corrida ao ouro e da vida dos escravos. Foram estes que extraíram o ouro e os diamantes, era nos pelourinhos que eram castigados – e de quem pouco se fala; como em Mafra foram dezenas de milhar de operários que realizaram as obras que se estenderam por muitos anos. Deles, falou José Saramago.

O exercício da política é muitas vezes hipócrita. O absolutismo permitia não prestar contas a ninguém. A Igreja abençoava-o e dele retirava (largos) proventos. D. João V mereceu ser Rei fidelíssimo
Em Portugal o fim do absolutismo demoraria ainda muito tempo, mas o parlamentarismo de liberais ou republicanos não modificou substantivamente o modo hipócrita de fazer política. As frequentes relações pantanosas entre Estado e Igreja, ou como esta continua a esconder e a relevar comportamentos indignos dos seus agentes. Hipocrisia política e religiosa.

FM

 

 

Em 1706, com a idade de 17 anos, ascendeu ao trono de Portugal, D. João V. Nascera 4 anos depois de Bach, Scarlatti e Haendel. Era filho de D. Pedro II e de Sofia de Neuburgo. À data da sua coroação reinava em França Luís XIV, o Rei-Sol, considerado o maior expoente do absolutismo francês.

Estátua de D. João V em Mafra. Pragmatismo nas relações internacionais –a “real politik”, foi herança política recebida por D. João V. Portugal, aliado de Inglaterra, envolvera-se na Guerra da Sucessão de Espanha, juntamente com alemães e holandeses. Carlos II de Espanha não tinha herdeiros da Rainha. Quando morreu, havia 2 pretendentes: por um lado, Filipe, duque de Anjou, neto de Luis XIV, apoiado pela França e Espanha; por outro, o arquiduque Carlos de Áustria. O motivo principal era o receio da união dinástica Espanha/França…

…O conflito arrastou-se durante 10 anos e a paz só foi estabelecida com a coroação de Carlos VI como Imperador de Sacro Império Romano-Germânico (que, assim, perdeu o apoio dos ingleses, receosos dele deter excessivo poder) e de Filipe V, em Espanha. Para Portugal as operações militares foram desastrosas, com a perda de diversas praças e o esgotamento das finanças públicas. Aos ingleses a paz selada em Utrecht garantiu a posse de bases estratégicas e a hegemonia marítima. Os portugueses tinham “comprado” uma guerra que só a outros beneficiaria.

D. João V foi um rei absolutista, à semelhança do que acontecia na época. O seu poder não dependia de qualquer outro órgão. A política era ele quem a definia. D. João V proclamou a intenção de manter as leis e costumes tradicionais. Em Política Externa não evidenciou muito interesse pelas questões europeias, mantendo, porém, Portugal fiel à sua aliança com Inglaterra. As relações com Espanha estabilizaram-se. Era um homem culto, inteligente, educado por padres da Companhia de Jesus. Conhecia autores clássicos, gostava de música, falava várias línguas.

O absolutismo assentava no princípio da origem divina do poder do Rei. Luis XIV proclamara “L’état c’est moi” (nunca teve um 1º Ministro). O fausto, o luxo, as carruagens, os banquetes, a decoração, a arquitectura eram instrumentos que reforçavam o perfil do Rei, a sua distância, o seu poder imanente. D. João V foi o expoente maior do absolutismo em Portugal.

D. João V era extremamente beato. Despendeu quantias fabulosas com a Cúria Romana. Dádivas enormes ao papa Benedito XIV. Construiu capelas, igrejas e outros monumentos religiosos. Para acudir ao Papa num conflito com venezianos e turcos, enviou uma esquadra que se bateu na batalha de Matapan, iniciativa que deixou os cofres públicos na penúria. E, para conseguir que Lisboa tivesse um Patriarcado, pagou elevadíssima soma, o que lhe valeu ainda o reconhecimento como Rei fidelíssimo

Goya: Tribunal da Inquisição. Para defender a pureza da fé cristã, reforçou a severidade dos Tribunais do Santo Ofício que perseguiam suspeitos de bruxaria, os que cometiam actos considerados imorais, os judeus, os hereges e muita gente que, pelas suas ideias demasiado inovadoras, constituía um perigo para a Igreja e para o poder absoluto do rei.

No Brasil, depois da restauração, a necessidade de custear as despesas militares originara as expedições dos bandeirantes, à procura de ouro. Só é descoberto a partir de 1695, nos territórios hoje conhecidos por Minas Gerais e Goiás. Desde essa altura, a emigração dos portugueses e a chegada de escravos de África para trabalharem nas minas, levaria a uma produção que atingiu o seu máximo entre 1735 e 1766.

A obra mais emblemática foi erguida em Mafra, constituída pelo Complexo Convento/Palácio/ Basílica associado à Tapada. O Complexo demorou treze anos a ser construído e, quando inaugurado (1730), ainda não estava concluído. Projecto de Johann Friedrich Ludwig, requereu mais de 50000 trabalhadores. Inclui uma bela biblioteca, decorada com madeiras exóticas, mármores vindos de Itália (Pero Pinheiro, próximo de Mafra tem mármore abundante…) e inúmeras obras de arte. De salientar as salas do Palácio, nomeadamente os aposentos do rei e rainha, separados por mais de 200 m, a fachada, o hospital privado, onde os doentes podiam assistir à missa sem sair de cama. O custo da obra incalculável, foi suportado pelo ouro do Brasil. Foi daqui que saiu em 1910 o último rei para embarcar na Ericeira a caminho do exílio.

No Brasil, os primeiros colonos tinham tentado a escravização dos índios, com fracos resultados. Viraram-se, então, para os negros africanos que começaram a chegar em ondas sucessivas. Inicialmente utilizados nos engenhos de cana-de-açúcar, foram depois empregados nas áreas de mineração.

Entre 6,5 e 10 Toneladas foi a quantidade anual de ouro que chegou a Portugal entre 1715-54. A descoberta de jazidas de ouro e diamantes modificou a vida da colónia, promovendo a colonização do interior. Ouro Preto é uma das cidades que são criadas nos locais das minas. Surgem conflitos entre imigrantes, tomam-se medidas administrativas e a Coroa Portuguesa passa a recolher 1/5 de toda a produção aurífera. Os novos imigrantes necessitam de passaporte na colónia. As moedas que D. João V manda cunhar espalham-se rapidamente pela Europa, O ouro vai ter um papel decisivo no reinado de D. João V.

Catedral de Ouro Preto. Escreveu um Jesuíta italiano em 1710:« A sede insaciável do ouro estimulou a tantos a deixarem suas terras e a meterem-se por caminhos tão ásperos como os das Minas, que dificultosamente se poderá dar conta do número das pessoas que atualmente lá estão. Cada ano vêm nas frotas quantidades de portugueses e estrangeiros para passarem às Minas. Das cidades, vilas, recôncavos e sertões do Brasil vão brancos, pardos e pretos e muitos índios de que os Paulistas se servem.»

Cidade de Ouro Preto, na actualidade. Praça de Tiradentes. A cidade tem este nome devido a uma característica do mineral aqui encontrado: o ouro era escurecido por uma camada de paládio, que lhe dava uma tonalidade diferente da usual.

IMG_1379Era neste edifício em Salvador (Bahía) – que foi a primeira capital do Brasil –  que se armazenava o ouro que seria transportado para Portugal.

Aspecto da biblioteca do Complexo de Mafra. Tem 88 m de comprimento, 9.5 de largura e 13 de pé direito, chão de mármore rosa, cinzento e branco, estantes em madeira do Brasil, decoradas em estilo rococó e inúmeras obras de arte. Planta em cruz, é iluminada por luz natural. Alberga mais de 40.000 livros com encadernações em couro gravadas a ouro, alguns autênticas preciosidades. Consta ter sido na Biblioteca que os príncipes aprenderam a patinar. É a jóia do Palácio.

Para a prática musical, o Complexo dispõe de dois carrilhões dispostos em torres de 68 metros de altura, cada uma com 57 sinos. O mais conhecido, por ser o de maior ressonância pode ser ouvido a 15 km de distância. Dispõe também de seis órgãos construidos simultaneamente e pensados como um todo. Estes últimos foram recentemente restaurados, de acordo com o perfil original, após cerca de 200 anos de silêncio.

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Refira-se o apoio dado aos novos compositores durante o Barroco, os quais puderam estudar no estrangeiro e cuja obra é marcante. Casos de Carlos Seixas, Domingos Bomtempo ou Marcos Portugal. Mas também da cantora lírica Luísa Todi, já na segunda metade do século, uma meio soprano cufa fama ia desde Paris a São Petersburgo, mas que na Pátria encontrava indiferença e desconfiança…

Pormenor da entrada da Igreja. Em primeiro plano parte de um cartaz a anunciar um dos primeiros concertos efectuados após a recuperação dos orgãos (2010)

Pormenor do teto do Convento de Mafra

A Tapada de Mafra foi criada em 1747, na sequência da construção do Complexo de Mafra, que lhe é contíguo. É rodeada por um muro de pedra e cal, com uma extensão de 16 Km. Uma parte está hoje sob administração militar. Desde a sua criação foi uma zona de lazer real vocacionada para a caça. Não só D. João V, como os seus sucessores, utilizaram-na nas Caçadas da Corte. Podem encontra-se gamos, javalis ou veados-vermelhos.

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O reinado de D. João V é contemporâneo do Barroco. O espólio a nível da arquitectura e artes decorativas é de grande riqueza. No campo literário, António José da Silva (nascido no Rio de Janeiro) foi uma personalidade que marcou o teatro português. Judeu, viu-se perseguido pela Inquisição que haveria de o condenar à fogueira (1739)…

Jardins do Complexo de Mafra… Também Luís António Verney, com o “Verdadeiro Método de Estudar”, foi outra figura da época. Mais factos relevantes: fundada a Real Academia Portuguesa de História; introduzida a ópera italiana; pintores, escultores, músicos estrangeiros (como Scarlatti) fixaram-se em Portugal e fizeram escola.

Mobiliário de “estilo” D. João V

Terrina em porcelana

Igreja de Camarate. Altar em talha dourada. Esta é uma técnica em que a madeira (principalmente carvalho ou castanho) é esculpida e posteriormente revestida por película de ouro.

Capela de S. Gonçalo. Angra do Heroísmo

Revestimento interior em talha dourada da Igreja de S. Francisco (Porto)

Carruagem de D. João V. Museu dos Coches / Lisboa. Ficaram célebres as cerimónias do casamento do Rei, bem como da comitiva que, em Viena, pediu ao Imperador austríaco a mão da filha. Do mesmo modo os cortejos ao papa, as festas e os banquetes na Corte testemunharam quanto, para D. João V, o luxo era uma forma de propaganda da realeza

Biblioteca da Universidade de Coimbra. O gosto pelos livros é patente nas bibliotecas que criou, pela reedição de livros já com número reduzido de exemplares, pela recolha e organização de escritos científicos de autores portugueses, que se encontravam dispersos e fora do país, como pela importação de obras, gravuras e tratados estrangeiros

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No Barroco Joanino integram-se todas as manifestações artísticas que aconteceram durante o longo reinado de D. João V. Na denominação “barroco” incluem-se diferentes tendências, as mais inovadoras resultaram sobretudo da vinda para Portugal de pintores, escultores, músicos, arquitectos, etc. da Europa evoluída (Itália e França, principalmente). De comum entre elas, estava a noção de grandiloquência, de teatralidade e excesso, de grandeza e ostentação, próprias do absolutismo. Mas não só os estrangeiros imigrantes contribuíram para a abertura em relação ao Barroco tradicional. Também artistas portugueses enviados como Bolseiros para a Europa culta – os “estrangeirados”, estiveram na origem de um certo “arejamento”. Este período foi dos mais fecundos da História da Cultura Portuguesa.

Porém, a ostentação e o luxo não eram consentidos a todas as classes sociais. Fora da Nobreza, D. João V estabeleceu regras que se aplicavam não só em Portugal como nas colónias. Foi a denominada Pragmática contra o Luxo. Nela se regulava a moderação dos adornos e proibia o luxo e excesso dos trajes, carruagens, móveis e lutos, o uso de espadas a pessoas de baixa condição. Nas colónias, definia-se o que, negros e mulatos, deviam usar, impedindo-os de trajar do mesmo modo que os brancos. Tudo era regulamentado, roupas, jóias, cristais e vidros. Quanto ao mobiliário nada de dourados ou prateados, só admitidos em molduras ou espelhos. O luxo era exclusivo da família real e aristocracia. As outras classes tinham de se manter no seu lugar…Luzes e sombras do absolutismo.

Para além da corte faustosa, exemplos das prodigalidades reais. De acordo com informação disponível: em indulgências e canonizações enviou para Roma perto de 1,38 milhões de cruzados; por uma imagem de prata dourada benzida pelo papa, deu 120.000 cruzados; para diferentes igrejas do estrangeiro mandou alfaias e adornos de incalculável valor; para Jerusalém enviou 1.377 cruzados…D. João V delapidou a enorme fortuna que a extração de ouro e diamantes do Brasil proporcionou.

Aqueduto das Águas Livres. Começou a funcionar em 1748 após turbulenta e morosa construção. O Alvará Régio de D. João V, que ditou o início dos trabalhos, ocorreu em 1731. Arquitetos responsáveis, António Canevari, Manuel da Maia e João Frederico Ludovice e, mais tarde, Custódio Vieira e Carlos Mardel. Servia para abastecer Lisboa com distribuição por rede de chafarizes.

Torre dos Clérigos, projecto do arquiteto Nicolau Nasoni.

Casa de Mateus, projeto de Nicolau Nasoni

Jardim da Casa de Mateus

Palácio do Raio, construído em 1754-55, projeto do arquitecto André Soares

Palácio das Necessidades. Mandado construir por D. João V, tornou-se residência real a partir de Maria II, excepção feita ao seu filho Luís I, que preferiu o Palácio da Ajuda.

Palácio das Necessidades

Palácio das Necessidades

Palácio de Queluz

Palácio de Queluz

Palácio de Queluz

Palácio de Queluz

Palácio de Queluz

Palácio de Queluz

Memorial do Convento faz o enquadramento histórico da construção do Convento. Os protagonistas são gente do povo que têm em comum a capacidade de sonhar ou o dom de ver o que os outros não conseguem. Construir uma pianola e fazê-la erguer-se feita pássaro de maravilhas (Frei Bartolomeu de Gusmão); Belimunda capaz de ver as pessoas por dentro, mesmo por debaixo da pele; Baltazar que perdera um braço na guerra com os espanhóis, aturdido no seu regresso a Mafra encontra Belimunda que passa a sua parceira de amor e muitos fascínios…Tudo isto e mais as ondas de pessoas arrancadas à sua vida para vir construir o Convento na urgência dum capricho real e, sobretudo a Inquisição, a rígida defensora do estabelecido, com os seus Autos de Fé, os desgraçados queimados vivos perante as aclamações da populaça que gosta de emoções fortes…Memorial do Convento, um extraordinário romance de José Saramago.

Em 1750 (Tratado de Madrid) são reconhecidas as fronteiras do Brasil sensivelmente como hoje existem. Deixara, assim, de valer o Tratado de Tordesilhas para vigorar o princípio da ocupação efectiva dos territórios. Portugal cedia à Espanha, Sacramento e eram-lhe reconhecidos os territórios de Rio Grande do Sul. Já nos anos 500, os portugueses tinham-se estabelecido ao longo do litoral, desde a foz do Amazonas até o estuário do Rio da Prata. A fixação de açorianos no sul fizera-se desde o séc. XVII. A descoberta de ouro levou à intensificação da colonização. D. João V favoreceu a emigração de açoreanos oferecendo contrapartidas aos que decidissem emigrar para o litoral sul do Brasil. O Rei percebera a importância da ocupação do território da colónia.

Salvador da Bahia – Centro histórico (Pelourinho). Aí se encontram abundantes vestígios da presença portuguesa, nomeadamente do estilo barroco (ao fundo o edifício azul alberga a Fundação – Casa de Jorge Amado)

Em Salvador encontram-se cerca de 80 igrejas com pinturas, azulejos e talhas douradas, que testemunhando o período.

Interior da Catedral de Salvador da Bahia

Azulejos da Catedral de Salvador

Catedral Metropolitana de Belém. Considerada um dos monumentos mais expressivos da arquitectura eclesiástica setecentista da região Norte do Brasil, foi mandada construir por D. João V

Interior barroco em edifício de Belém

Mangal das Garças em Feliz Lusitania. Este foi o primeiro nome da actual cidade de Belém

Forte do Castelo na baía do Guajará em Belém, Pará

Palácio de Palhavã. D. João V deixou grande descendência. Do casamento nasceram 6 filhos, um dos quais, D. José, lhe sucedeu no trono. De diversas relações extra-conjugais há notícia de mais cinco filhos, um deles com a freira Paula do Convento de Odivelas. Três dos filhos fora do casamento foram educados no Palácio de Palhavã, edifício onde hoje funciona a Embaixada de Espanha. Curiosamente todos os “meninos de Palhavã” tiveram a sua vida ligada à Igreja, 2 deles receberam o Grau de Doutores em Teologia, dos quais um (D. José) foi Inquisidor-Mor em 1758.

A 31 de Julho de 1750 morreu D. João V. Já oito anos antes sofrera um Acidente Vascular Cerebral que o diminuíra. No último período da sua vida deu-se a ascensão de Alexandre Gusmão, outro “brasileiro” de Santos, como chefe de governo, o qual negociou o Tratado de Madrid, talvez o ponto mais alto da diplomacia portuguesa da época. 43 anos durou o reinado de D. João V.

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Aspecto actual do Largo do complexo de Mafra

Olhares (e ver)